segunda-feira, 16 de julho de 2012

LIXO ORGÂNICO : UM NEGÓCIO LUCRATIVO


A destinação inteligente do lixo úmido já e uma realidade em varias empresas no Brasil. Uma delas consegue faturamento médio de R$ 100 mil por mês. Lixo é um negocio lucrativo e positivo para o meio ambiente, desde que tratado corretamente. O que se joga fora de comida por ano no Brasil daria para alimentar 30 milhões de pessoas, equivalente a população do Iraque.

Cada um de nós gera em média um quilo de lixo por dia e mais da metade disso é matéria orgânica. São 22 milhões de toneladas de alimentos que param na lixeira. Resíduos que se transformam em uma bomba-relógio ambiental na maioria das cidades brasileiras. Abandonadas a céu aberto, os resíduos orgânicos vão parar nos lixões, viram chorume, que contamina as águas subterrâneas, exemplo disso é o gás metano, que agrava o efeito estufa. Atraem ratos, moscas e baratas, que transmitem doenças.

São nesses locais que milhares de pessoas acabam vivendo na tentativa arriscada de ganhar a vida. Mas, há quem já enxergue no lixo uma maneira correta de trabalhar em excelentes oportunidades de negócios. A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em varias empresas do Brasil. De restinho em restinho chega-se a cinco toneladas de lixo por mês numa fábrica de produtos de beleza. “Antes a gente desenhava o procedimento mandando para o aterro e hoje, utilizamos nosso parceiro para fazer a compostagem ,então é um ganho para a sociedade”, afirma Rogério Barbosa, diretor da Lóreal Brasil.

Numa outra fábrica de equipamentos, os recicláveis são separados num galpão e mais recentemente, o lixo orgânico também passou a ter um destino mais nobre. Sem gastar um centavo a mais. “A gente consegue evitar que vá a aterros cerca de 3 mil quilos de resíduos orgânicos por mês”, declara Giovani Santini Campos, gerente da White Martins.

Acompanhando a rotina de uma das primeiras empresas do Brasil a transformar lixo orgânico em negocio lucrativo foi um desafio. O material é levado para um imenso galpão em Magé, na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde acontece o serviço. “A compostagem de forma natural duraria em torno de cinco a seis meses. Através de um líquido, que funciona como catalisador do processo, a gente acelera isso para em média 40 dias”, explica o diretor comercial da Via Verde, Marcos Rangel. Outra vantagem desse sistema é que ele reduz drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Nos aterros sanitários, gera-se 400 gramas de gás para cada quilo de lixo orgânico. Nas composteiras, essa emissão fica em torno de quatro gramas, por quilo, 100 vezes menos. O que antes era resto de comida vira material, sem cheiro ou riscos para a saúde. Misturado á terra preta, o composto é ensacado para então se transformar em um produto cobiçado no mercado de jardinagem.

Quem quiser pode produzir adubo orgânico dentro de casa. Em pelo menos cinco mil domicílios brasileiros, a Minho-casa é o destino final do lixo orgânico. “O resíduo orgânico que a gente pode colocar dentro desse minhocário pode ser desde cascas de frutas e verduras, os talos, como também o alimento que já foi cozido como sobra de arroz, feijão, macarrão casca de ovo, borra de café, pão embolorado... tudo isso é bem vindo”, conta o sócio-fundador da Minhocasa, Cesár Cassab Danna. O sistema inspirado num modelo de política da Austrália funciona até apartamentos pequenos. Em caixas fechadas, que não exalam mau cheiro, as minhocas realizam de graça a conversão do lixo em adubo.

FONTE E CRÉDITO: JORNAL NOITE DIA 13 A 19 DE JULHO DE 2012

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