Conheça pessoas cujos negócios ajudam a criar um futuro mais sustentável para o nosso planeta
Por David Derbyshire
A energia
do vento
Arjen van
der Veen, 37 anos, Holanda
Em 2009,
Arjen van der Veen, juntamente com dois amigos, lançou o veleiro Tres Hombres
de 32 metros para sua viagem inaugural. Alguns meses depois, o barco
transportava ajuda para o Haiti após o terremoto devastador, de onde voltava
carregado de rum – tudo usando apenas o poder do vento.
“É
possível produzir e vender bens de forma sustentável, mas, se não se consegue
fazer o transporte desses bens de uma forma que seja amiga do ambiente, é uma
cadeia com um elo partido”, explica Arjen.
Atualmente,
a empresa que mantém com os amigos, a Fairtransport, utiliza dois veleiros e
uma tripulação de 15 pessoas que transportam todo o tipo de produtos, desde
cobertores a azeite, chocolate ou café, através do Atlântico. Há planos em
estudo para uma frota de “Ecoliners”, navios de 8 mil toneladas movidos a
vento.
Fernando
Ximenes, 46 anos, Brasil
Desde
pequeno a curiosidade move o cearense Fernando Ximenes, dono da empresa Gram
Eollic, que nunca deixou de inovar. Após as crises do “apagão” de 2001, o
engenheiro mecânico decidiu buscar fontes de energia renováveis. “Se você tem
um aparelho novo, encosta o antigo. O mesmo pode acontecer com as energias:
quando tivermos uma melhor, aposentaremos as usinas hidrelétricas,
termelétricas e nucleares.”
Uma de
suas invenções mais promissoras é a placa PVT, criada a partir da fibra do coco,
para captar energia solar e gerar eletricidade. Segundo o engenheiro, a placa
tem capacidade de produzir até 120 KW/h por mês. Ela funciona mesmo em dias
nublados ou à noite e ainda é mais barata do que as placas convencionais. O
projeto – em negociação com o governo para instalação da placa em casas de
conjuntos habitacionais populares – pode beneficiar milhares de famílias
brasileiras.
Suas
criações não param por aí. Ximenes também desenvolveu um poste de iluminação
pública à base de luz solar e energia eólica, e um carro quadriflex – movido a
gasolina, álcool, luz solar e energia eólica.
Benefícios
em rede
Heidi Ruud, 30 anos, Noruega
Sobras de
redes de pesca plásticas, boias, caixas e flutuadores espalham-se durante
décadas pela costa nórdica, pondo em risco a vida marinha e a navegação. Por
isso, Heidi Ruud e o sócio, Oistein Aleksandersen, decidiram agir. “A poluição
de plásticos é mesmo um grande problema”, explica Heidi, “especialmente quando
as redes se perdem ou são largadas no mar, onde continuam a prender e a matar
peixes. A indústria do lixo não quer as redes, porque se emaranham no
equipamento de triagem dos aterros sanitários.”
A
empresa, chamada NoFir, recolheu no ano passado cerca de 2.500 toneladas de
lixo, principalmente o plástico indesejado pelos pescadores. O destino é a
revenda para ser reciclado em tapetes, roupas de ginástica e painéis para
automóveis.
Philipp Rogge, 32 anos, Alemanha
Philipp
Rogge estava num pátio, num dia ensolarado em Munique, rodeado pelas bicicletas
de seus vizinhos. “Eu queria dar uma volta de bicicleta, mas não podia usar
nenhuma porque não fazia ideia de a quem pedir”, conta ele. “Comecei a pensar
que deveria haver uma forma fácil de partilhar coisas com amigos e vizinhos.”
O
resultado é o Frents, um site que permite a milhares de alemães
partilharem ou alugarem bens – desde livros a DVDs, de cortadores de grama a
carros.
Philipp
diz: “Um produto disponível no Frents não tem de ser feito centenas de vezes, e
isso poupa energia e custos de produção. Há vários produtos que podem ser
usados num raio de cerca de um quilômetro de casa sem que você tenha de
comprar,”declara.
Sol Purificante
Petra
Wadström, 60 anos, Estocolmo
Águas impróprias matam todos os anos cerca de dois milhões de crianças, sendo que a maior parte destas mortes ocorre nos países mais soalheiros do Mundo.
Petra Wadström, inventora, artista e avó, desenvolveu o Solvatten, uma caixa que purifica a água utilizando o calor do sol para fazer elevar a temperatura, de modo que os raios ultravioletas matem os micro-organismos. «Estava a viver na Austrália e surpreendeu-me que as pessoas não usassem a energia solar para aquecer água», explica Petra. Num sítio com sol, uma caixa pode criar 10 l de água segura para consumo humano em duas a seis horas.
Atualmente, as caixas, com um preço médio de 80 euros, são usadas por cerca de 40 mil pessoas em 20 países.
Reciclar com Estilo
Markus e Daniel Freitag, 42 e 41 anos, Zurique, Suíça
Markus e Daniel Freitag, 42 e 41 anos, Zurique, Suíça
As malas Freitag tornaram-se um
acessório imprescindível para os ecoguerreiros fashion. A inspiração surgiu
quando os irmãos Markus e Daniel Freitag eram ainda estudantes e viviam junto a
uma autoestrada movimentada de Zurique. Markus recorda que «todos os camiões
que passavam tinham uma lona imunda a cobrir a carga. Nós pensámos que as lonas
não duravam muito e imaginámos o que podíamos fazer com aquele material».
Da sua primeira lona, criaram duas malas impermeáveis para bicicleta. A empresa, atualmente, vende por ano 300 mil malas e acessórios feitos de quase 400 t de lona. Possui nove lojas e emprega mais de 130 pessoas, quatro delas a tempo inteiro e com a única função de encontrarem reservas de lonas velhas. Os dois modelos originais estão em museus de design de Nova Iorque e de Zurique.
Da sua primeira lona, criaram duas malas impermeáveis para bicicleta. A empresa, atualmente, vende por ano 300 mil malas e acessórios feitos de quase 400 t de lona. Possui nove lojas e emprega mais de 130 pessoas, quatro delas a tempo inteiro e com a única função de encontrarem reservas de lonas velhas. Os dois modelos originais estão em museus de design de Nova Iorque e de Zurique.
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