Sabemos que a biodiversidade é essencial
para a cadeia alimentar e, por isso, não precisamos saber exatamente qual o
papel de uma espécie em um ecossistema para preservá-la. Em sociedade, a sociodiversidade
nunca pareceu necessária para que se mantenha a cadeia produtiva. Talvez aqui
precisemos descobrir o papel de cada “espécie” para incluí-las ao sistema
social.
Há algum tempo conversei com a coordenadora do
projeto Sou Capaz, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Responsável por incentivar e viabilizar a participação de Pessoas com
Deficiência (PcD) nas empresas, Cristiane Gouveia me contou como as PcDs são
competitivas e, no lugar certo, são até mais eficientes. Nas linhas de
produção, pessoas com deficiência intelectual são mais concentradas e
obedecem com facilidade a instrução de não manter conversas. No setor
alimentício, os deficientes visuais são os melhores degustadores. Têm um paladar sensível e dão um
diagnóstico mais preciso dos produtos em teste.
Meio ambiente já foi um assunto para o qual balançávamos afirmativamente a
cabeça em ato de boa educação. “Preserve a natureza!” era questão de respeito;
ninguém sabia calcular quanto o desrespeito custava. A sociodiversidade está
nesse tempo hoje: respeitamos, somos bem educados. Mas ainda precisamos
aprender a real importância dos nossos mais diversos cidadãos.
Talvez aí, em nosso mundo lógico e científico, a
sociobiodiversidade passe então dos valores que pregamos beirando a hipocrisia,
para uma prática transformadora – quem sabe, beirando a sustentabilidade.
FONTE: http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/o-que-acessibilidade-tem-a-ver-com-ecologia/
Por Ana Carolina AmaralCOLABORAÇÃO PARA A SUPERINTERESSANTE
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