Estima-se que 45% de toda a energia
elétrica produzida no Brasil tenham como destino as edificações. Mal projetadas
e ineficientes, elas sempre consumiram muito mais do que o necessário onerando
as nossas conta de luz. Até hoje quem sempre se beneficiou dessa cultura do
desperdício foram as construtoras que, em sua imensa maioria, jamais
priorizaram os ajustes de projeto que poderiam reduzir drasticamente o consumo
de energia para usuários de condomínios residenciais,comerciais ou prédios
públicos.
O argumento desse segmento do mercado
é o de que esses ajustes em favor da eficiência representam um custo adicional
no valor final da obra entre 4% e 7%. O que eles não têm coragem de dizer é que
esse valor é facilmente amortizado em até três anos pelos ganhos de eficiência.
Segundo técnicos da Eletrobrás e do Inmetro, esses ajustes sonegados pelos
construtores assegurariam uma redução de até 50% nas contas de luz.
Agora depende de nós obrigar as
construtoras (aquelas que ainda não acordaram para a inevitabilidade desse
processo que já é realidade em outros países) a realizarem com urgência esses
ajustes de projeto. Isso já é possível a partir da etiqueta criada para
identificar as edificações eficientes no consumo de energia em todo o Brasil. O
Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações – Procel Edifica –
produziu uma etiqueta idêntica àquela que há quase 20 anos vem orientando os
consumidores a comprarem geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, lâmpadas e
outros equipamentos elétricos. Quanto mais próximo da letra “A”, mais
eficiente. Quanto mais próximo da letra “E”, menos eficiente. Em resumo: o que
vale para os eletrodomésticos, vale agora para edificações.
Segundo o Inmetro (Instituto Nacional
de Metrologia) 80% dos consumidores definem suas compras de acordo com as
informações que aparecem nas etiquetas de eficiência energética. A expectativa
agora é que a nova etiqueta para edificações mude as rotinas do mercado
imobiliário e determine o aparecimento de uma nova geração de construções mais
sustentáveis.
Para obter a certificação, os
projetos de edifícios comerciais, de serviços e públicos são avaliados a partir
de três indicadores importantes:
1) Envoltória (ou
fachada): devem evitar o calor ou o frio excessivo na parte de dentro das edificações,
funcionando como um isolante térmico.
2) Iluminação: privilegiar a
iluminação natural conta pontos importantes.
3) Condicionamento de
ar: uma boa ventilação natural reduz o consumo de energia pelo uso de
ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. É importante que esses
equipamentos sejam certificados, de preferência com selo Procel letra “A”.
Nos edifícios residenciais são
avaliados além da envoltória (fachada) os seguintes procedimentos:
1) Sistema de
aquecimento de água: quem usa coletores solares conta muito mais pontos do que os usuários
de chuveiro elétrico ou boiler. É importante que os equipamentos sejam
certificados, de preferência com selo Procel letra “A”.
2) Todos os sistemas
presentes nas áreas comuns dos edifícios contam pontos pela eficiência no
consumo de energia: iluminação, elevadores, bombas centrífugas etc.
A economia no consumo de energia a
partir das recomendações da etiqueta variam de 30% a 50% para as novas
edificações. No caso de imóveis antigos que sejam reformados, o ganho de
eficiência cherga a 25%. Há ainda a possibilidade de certificar imóveis
avulsos, quando o proprietário de um apartamento ou de uma casa resolve
realizar sozinho o processo de etiquetagem.
Todos esses processos ainda se
encontram em uma fase inicial de ajuste de procedimentos e rotinas. Apenas 22
edificações em todo o país receberam até o momento as novas etiquetas. Por isso
é mesmo é preciso divulgar a novidade e transformar o mais rapidamente possível
os valores que hoje regem o setor construtivo.
Para se informar melhor sobre o assunto, acesse o
link do PROCEL http://bit.ly/9XMLxg
FONTE: http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel/
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