Não se sabe quem utilizou esta
expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma
enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade,
segundo especialistas.
Não se sabe quem utilizou esta
expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma
enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade,
segundo especialistas.
Descobertas cientificas
demonstram que a floresta amazônica encontra-se em estado de “clímax ecológico”
: toda a biomassa (o conjunto de matéria viva da região) acaba sendo utilizada
por outros organismos para seu metabolismo, produzindo dióxido de carbono. É
verdade que a floresta produz uma imensa quantidade de oxigênio mediante a fotossíntese
durante o dia. Porém, as plantas superiores e outros organismos associados
vivendo nessa mesma floresta, respiram 24 horas por dia, ou seja, o oxigênio que
a floresta produz acaba sendo utilizado na respiração dela mesma. É importante
salientar que a floresta amazônica constitui um enorme reservatório de carbono
e quando queimada, produz dióxido de carbono, aumentando assim o “efeito estufa”.
A Amazônia não é o pulmão do
mundo no sentido comum do termo. No entanto, o sistema florestal da região, além
de evitar a erosão, funciona como uma “esponja”, absorvendo substâncias trazidas
pelos ventos e pelas chuvas sob a forma de poeira e partículas, da África e do
Atlântico. Amazônia não é o “pulmão do mundo”, aponta pesquisador. Na capa de
muitos jornais, sites, comunidades virtuais e blogs a Amazônia ainda é encarada
como o grande “pulmão do mundo”. A ideia de que a floresta seria uma grande
purificadora do ar, transformando gás carbônico em oxigênio, já foi desmentida
por muitos cientistas, mas ainda sobrevive por aí. Apenas em dois textos do
Blog da Amazônia, há 16 comentários que tratam a floresta dessa forma.
Apesar de haver muitas provas de
que a Amazônia não exerce esse papel, é consenso entre os pesquisadores que as
extensas áreas de floresta do Norte do Brasil tem grande influencia no clima do
planeta. Mesmo não sendo o tal pulmão, a Amazônia ainda seria um órgão vital.
FLORESTA EM EQUILIBRIO
Pesquisadores do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos cientistas mais respeitados no mundo
quando se fala de aquecimento global, o erro já começa no próprio apelido que
se deu á Amazônia: “o pulmão não supre o oxigênio, ele tira.” O pesquisador
explica que a floresta está em equilíbrio. Todo o gás carbônico capturado por
meio da fotossíntese é liberado novamente á atmosfera quando as plantas
respiram e quando as árvores morrem e entram em decomposição.
Ferandise ressalte, contudo, que
o fato de a Amazônia não funcionar como o tal “pulmão do mundo” não significa
que ela possa ser destruída. O desmatamento de milhões de quilômetros metros
quadrados de floresta poderia desregular o regime de chuvas e acentuar o
aquecimento global.
CÍRCULO VICIOSO
A floresta esta em equilíbrio
apenas quando esta em pé. Se ocorre uma queimada ou desmate, grandes
quantidades de gás carbônico são liberados na atmosfera, contribuindo para o
efeito estufa. Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores emissores
de gases que causam esse problema, sendo que cerca da destruição e três quartos
dessa poluição provem da destruição da mata. De acordo com Fearnside, o
desmatamento é um péssimo negócio para o Brasil. “Além de emitir muito mais
carbono do que o combustível fóssil, ele também traz muito pouco beneficio para
a economia do país gera muito pouco emprego”, avalia.
Com o aquecimento do planeta, a
floresta corre o risco de entrar em um circulo vicioso de destruição e emissão
de gases de efeito estufa, revela o cientista. “Na medida em que se começa a
esquentar na Amazônia morrem muitas as árvores. Com o aumento da temperatura,
as árvores também precisam de mais água e aí aumentam os problemas de incêndio.
Além disso, esquenta-se o solo, que começa a liberar carbono. As grandes secas
a que aconteceu em 2005, tendem a aumentar.”
FALTA DE ÁGUA
Ainda que o desmatamento e as
queimadas não liberassem gases de efeito estufa, a transformação da floresta em
pastos ou plantações poderia mudar radicalmente o regime de chuvas. Fearnside
explica que grande parte das chuvas do Centro-sul do Brasil são causados por
ventos que trazem vapores da mata no Norte. “Se transformarmos a floresta em
pastagens, as chuvas cairão lá (na Amazônia) e irão direto para o oceano. A
água não será mais evaporada”, revela.
Além da falta de água potável-
problema que já afeta periodicamente a cidade de São Paulo- a diminuição das
chuvas também acarretaria na falta de energia. “No Centro-sul há muitas
barragenes, que geram energia para o Brasil. Essas hidrelétricas enchem em
poucas semanas criticas, as represas não enchem pelo resto do ano”, alerta o
pesquisador.
CREDITOS: JORNAL NOITE DIA DE 20 A 26 DE JULHO DE 2012
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